17 de junho de 2008

Liberdade, por onde andas!?

Um dos princípios básicos da vivência democrática é o respeito pela liberdade individual. Sem liberdade o indivíduo transforma-se num autómato que age sob os desígnios alheios, alienando a sua própria existência. Não faz, portanto, sentido viver sem se ter o poder de decidir livremente o futuro.


Na semana que passou ocorreu, precisamente, um desses momentos em que a liberdade individual foi posta em causa e em que o Estado, vergonhosamente, se inibiu de assumir a sua função primordial, que é defender a Lei e a Constituição. Para ser mais específico, o sector dos transportes constituiu-se como um grupo de pressão que obrigou à paralisação de quem desejava prosseguir a sua actividade e, com isso, secou os postos de combustíveis, esvaziou as prateleiras dos supermercados e provocou o desassossego generalizado na população.


Não estão em causa as motivações que os levaram a protestar, até porque é natural que se sintam especialmente atingidos pelo aumento dos combustíveis. O que está em causa são os métodos utilizados, que resultaram, aliás, numa morte, e na atitude completamente anémica do Governo, preocupado, antes do mais, com as eleições do ano que vem. Parece-nos puro calculismo e irresponsabilidade de quem governa, até porque submete a liberdade das pessoas aos interesses do Partido Socialista e esquece a legalidade em favor dos objectivos pessoais do Primeiro-Ministro.


Sinceramente, é lamentável saber que se vive num país em que a liberdade e a democracia são de tal modo frágeis que não há quem se una para as defender e sobejam os que se combinam para as agredir. Atacam os agricultores, atacam os pescadores, atacam os camionistas e ninguém os chama à razão. E se os bancários, os funcionários públicos, os comerciantes, os empregados do que quer que seja, os infelizes recibos verdes, o Zé e a Maria, seja quem for e o que fizer na vida, atacarem, com que autoridade poderemos pará-los? Temos todos os mesmos direitos e sofremos todos os efeitos da crise, pelo que é um péssimo exemplo ver o Sr. Engenheiro Sócrates ceder “sem fazer cedências”, como prefere dizer, a quem se manifesta. Isto tudo só vem provar o adágio popular “quem não chora não mama”.


Dar benesses e agir de forma casuística sob pressão ou chantagem não é próprio de um Estado em que todos se revêem e pelo qual se devem sentir representados e protegidos. Compreendemos que os tempos actuais são de grande incerteza, todavia, sabemos que não se resolvem os problemas com paliativos que tiram a dor momentânea mas conservam a doença, ainda mais quando se percebeu que depender dos combustíveis fósseis é estar dependente de terroristas ou de regimes duvidosos lá de fora e de ânimos de alma cá de dentro.


Precisamos de alterar o paradigma energético rapidamente através de um programa de reconversão da frota automóvel para GPL ou electricidade e de investir no transporte marítimo e ferroviário. Construíram-se estradas, que têm de ser pagas por todos nós, quando se poderiam ter feito caminhos-de-ferro de mercadorias e portos. Decidiu-se mal e hoje, em histeria, remedeiam-se os erros do passado sem se avançar com as soluções do presente, e, especialmente, do futuro.


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