17 de julho de 2008

Empurrar com a Barriga para a frente!

Pior que em 2003, crise económica, bolsa portuguesa a mais afec

Todos nós sabemos que se varrermos o lixo para debaixo do tapete nos livramos dele momentaneamente. Contudo, ele vai-se acumulando, difundindo um ambiente pouco saudável em nossas casas. Como consequência, ganhamos alergias e potenciamos o aparecimento de doenças respiratórias nos nossos filhos. Para os nossos netos será normal tomar medicamentos desde crianças para atenuar os efeitos de um ar irrespirável.


Apesar de chocante, é este o comportamento que os governos de António Guterres e de Sócrates têm em comum. Fingir que se reforma o Estado e que se poupa para depois se gastar à tripa forra com o objectivo de ganhar eleições e de perdurar no poder. Nunca o Estado contratou tanta gente e fez tantas obras públicas como no governo de Guterres. Sócrates não lhe quer ficar atrás e prepara-se para converter Portugal num estaleiro ao ar livre. Durante os próximos quatro anos fazer-se-ão barragens, aeroportos, portos, TGV’s e melhorar-se-ão estradas, escolas e postos da GNR.


Mais uma vez, impera a política do betão e do emprego não qualificado quando se deveria apostar na educação e na formação. Uma escola não é excelente só porque tem boas paredes ou computadores, mas pela qualidade do ensino. Podemos até ter as melhores estradas do mundo, mas de nada valem se não tivermos dinheiro para comprar os meios de transporte. Endivida-se o país e hipotecam-se gerações que, privadas de um bom sistema de ensino, terão dificuldades acrescidas para pagar esses investimentos.


Quando Sócrates chegou ao governo a palavra de ordem era apertar o cinto, enfrentar os lobbies e avançar com a reforma do Estado. Três anos volvidos a despesa corrente do Estado aumentou e a dos investimentos públicos prepara-se para disparar, o Governo verga-se aos lobbies, a começar pelos sindicatos e a acabar nos grandes interesses económicos, e a reforma do Estado esmoreceu.


Chegámos à fase mãos largas do governo socialista. Tudo é fácil e Portugal assume-se como uma ilha pacífica no meio do desassossego geral, a lembrar a hipocrisia salazarista dos tempos da Segunda Guerra Mundial. As falinhas mansas, os sorrisos, a distribuição de beijos e abraços, os acordos apressados da concertação social, as cedências aos camionistas, as notas altas dos meninos nos exames, o fechar os olhos ao facilitismo das Novas Oportunidades e ao despesismo das grandes obras públicas. Tudo é um verdadeiro festival de celebração da prosperidade e tudo serve de pretexto à disseminação da bondade socialista. Para dar o ar de inflexibilidade e rigor colocam-se portagens nas SCUTS, algo absolutamente inevitável a curto prazo.


Sócrates dedica-se por inteiro à efabulação de um país que não existe e à consolidação de uma realidade paralela àquela em que vivemos. Todavia, hoje estamos pior que em 2003, vivemos a pior crise das últimas décadas, a bolsa portuguesa é a mais afectada da Europa, Portugal é o país da Europa onde o fosso entre pobres e ricos mais aumentou nos últimos anos e temos um dos piores, senão o pior, sistema de ensino da OCDE.


O acordo de há três semanas não é suficiente para alterar esta situação, uma vez que, nem as empresas passam a ter a possibilidade de adequarem a gestão dos seus recursos humanos aos ciclos económicos nem os trabalhadores se vêem mais protegidos do e durante o desemprego. A orientação dada pelo governo aponta no caminho de tornar os vínculos efectivos quando a economia demonstra cada vez maior instabilidade e as empresas se vêem obrigadas a reagir mais rapidamente à mudança. Como resultado, o acordo protege o emprego daqueles que estão em melhor situação e promove a precariedade total para os outros, que deixarão de passar recibos verdes e de descontar para a Segurança Social por verem que não lhes é vantajoso fazerem-no. O acordo foi mero show off.


Quanto ao incidente em Portimão, esperamos que apanhem e punam os autores dos disparos. Todavia, esta situação reflecte o ambiente de insegurança generalizada vivida em Portugal. A um ano das eleições não resta outra alternativa ao governo senão desvalorizar a insegurança e a crise social que a origina. Isso é fazer os portugueses de tolos, e eles não vão perdoar.

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