
O Conselho vai agora iniciar um período de consultas com os grupos políticos no Parlamento Europeu para aferir se há uma maioria na nova assembleia para aprovar a nomeação de Durão Barroso. Os 27 deverão em seguida formalizar a designação de José Manuel Durão Barroso a tempo de o Parlamento Europeu confirmar a escolha a 15 de Julho, quando se reunir pela primeira vez em Estrasburgo.
A decisão dos Chefes de Estado e de Governo foi tomada no final do jantar de trabalho do primeiro dia do Conselho Europeu que decorre até sexta-feira em Bruxelas, durante o qual Durão Barroso apresentou as grandes linhas do seu programa para um segundo mandato. Como se previa, aquela que foi a primeira reunião a 27 para discutir o processo de nomeação do futuro presidente da Comissão Europeia foi "pacífica", confirmando-se o consenso a nível do Conselho (Estados-membros) em torno do nome do antigo primeiro-ministro português, que na semana passada anunciou a candidatura a um segundo mandato.
Conhecendo-se à partida o apoio dos líderes europeus a um segundo mandato de Durão Barroso, para 2009-2014, a questão em aberto para este Conselho Europeu era de ordem processual.
A dúvida residia em se os líderes optavam por designar formalmente desde já o antigo primeiro-ministro português, ou se apenas davam o seu apoio político, adiando a formalização da decisão para mais tarde, eventualmente para depois do segundo referendo irlandês ao Tratado de Lisboa, no Outono, como defendiam algumas forças políticas.
A vontade dos líderes europeus é no entanto que Durão Barroso seja formalmente nomeado já no próximo mês, na sessão constituinte do Parlamento Europeu saído das eleições de 07 de Junho. A actual presidência checa - que termina já no final do corrente mês - a próxima presidência sueca e representantes dos grupos políticos do Parlamento Europeu reúnem-se daqui a uma semana, 25 de Junho, em Estocolmo, um encontro em que será feito o ponto da situação dos apoios a Durão Barroso no Parlamento Europeu.
Confirmando-se um cenário também favorável na assembleia - onde a principal força política é o Partido Popular Europeu (PPE), vencedor das últimas eleições europeias e que apoia Durão Barroso - a formalização da indigitação por parte do Conselho, explicaram fontes diplomáticas, poderá passar em seguida por um "procedimento escrito", que evitará a convocação de uma cimeira extraordinária dos chefes de Estado e de Governo nas próximas semanas.
José Manuel Durão Barroso prepara-se assim para liderar os destinos do executivo comunitário por mais cinco anos, até 2014, igualando o "recorde de longevidade" do francês Jacques Delors, presidente da Comissão durante 10 anos, entre 1985 e 1995.
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