26 de maio de 2008

De mal a pior



No dia 15 de Maio ficou-se a saber que os portugueses trabalham 139 dias para pagar os impostos, que o PIB português vai crescer menos que o previsto (2,2 para 1,5) e que Portugal vai continuar a divergir da zona euro. Face a esta situação, faz todo o sentido dizer umas palavrinhas a esse respeito. Portugal não é, nunca foi, um país naturalmente rico, o que levou a que, desde o século XV, milhões de lusos abandonassem a sua pátria. Inclusivamente, alguns dos melhores portugueses de sempre. Ainda hoje, infelizmente, milhares de portugueses, com e sem formação, são obrigados a sair do seu país para sobreviver, sendo muito valorizados nos países de acolhimento.


Isto significa, acima de tudo, que os portugueses são capazes de ser tão bons ou melhores que os outros povos mas que, como colectivo, não são capazes de ultrapassar os desafios que lhe são colocados. Penso que se deve à falta de liberdade a que têm sido votados pelos sucessivos governos. Liberdade para sonhar e concretizar os seus projectos, liberdade para ambicionar o sucesso e liberdade para ousar enriquecer Portugal e torná-lo num dos países mais desenvolvidos do mundo. Tudo porque, desde Salazar a Sócrates, só alguns humildes governantes se deram ao trabalho de escutar o seu povo em vez de lhe dar lições decoradas em manuais desajustados da realidade portuguesa.


O principal problema dos portugueses é a resignação e a falta de debate. No geral, deixa-se que outros mandem na nossa vida e evita-se o confronto para agradar a todos e evitar conflitos. Porém, não nos devemos resignar ao domínio dos medíocres nem ao conforto do politicamente correcto porque isso é hipotecar o futuro. Hoje temos um Estado que suga o nosso esforço, sufoca a economia e nos manda calar em prol do défice. O que deveríamos ter era um Estado que valorizasse o nosso esforço, que libertasse a economia e que resolvesse o défice com a livre participação de todos.


O Estado, para solucionar o défice, multiplica os impostos e recolhe-os “em suaves prestações”. Por isso, pensamos que a melhor solução para evitar o abuso fiscal seria a eliminação de todos os impostos à excepção do IVA, que teria valores adequados aos tipos de produtos. Assim, teríamos uma melhor percepção do que pagamos pelos serviços que o Estado presta e veríamos se é ou não justo.


Acima de tudo, o governo, porque sabe estar a falhar na sua missão, escusa-se a reconhecer que o que os contribuintes pagam em impostos é muito superior ao que lhes é dado em troca. A obsessão do défice esconde a ausência de uma estratégia política e abafa a crise económica, social e cultural que o país atravessa. Sócrates avançou para a reforma do Estado (PRACE) sem ter discutido qual o modelo de Estado a adoptar. Como resultado, remexeu em tudo mas deixou o Estado do mesmo tamanho e com uma despesa corrente ainda maior.


Pior, Sócrates vem dizer que o défice está controlado mas não diz a que preço, tal como se mostra a fazer jogging e se esconde quando fuma. Eu poupo-lhe o esforço porque sei que sofre de dupla personalidade. Como resultado, cada português trabalha metade do ano para o Estado, um terço para pagar a casa e o que sobra para comer e fazer face ao resto das despesas. Será, portanto, justo que sejamos mal atendidos nas repartições públicas e nos hospitais, que tenhamos estradas esburacadas e um ensino do terceiro mundo, que o custo de vida seja incomportável e que os trabalhadores e as empresas vivam sob a ameaça do despedimento e da falência? Manifestamente, não é.

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